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Filho de um grande alfaiate da Bahia, Arsênio dos Santos e Maria Bibiana do Espírito Santo, descendente da nobre família Asipá, originária de Oió na Nigéria e Ketu no Benin. Desde cedo, Mestre Didi teve uma vida de compromissos religiosos que contribuíram para torná-lo quem ele é. Embora tenha começado no catolicismo, feito a comunhão e se tornado coroinha. Aos 8 anos, foi iniciado pelas mãos de mãe Aninha na religião de origem africana. Juntamente a sua vida religiosa, Mestre Didi iniciou seu caminho nas artes plásticas, começou com entalhes de madeiras, depois os “exus” (entidade religiosa cultuada no candomblé) esculpidos em cimento e barro. Responsável também desde cedo, por confeccionar as peças dos altares. Foi publicado, em 1936, seu primeiro livro, Yorubá – Tal qual se fala – o prefácio foi de Jorge Amado e as ilustrações de Carybé. Depois seguiram mais 20 livros, com histórias de terreiros e contos de tradição negra da Bahia.
Na década de 80, Didi fez parte de uma comunidade infantil onde escrevia e encenava peças de teatro, ensinava canto, dança e maquiagem. Segundo a historiadora Juana Elbein, esposa do Mestre Didi, não existia dicotomia entre as artes. Todos os contos afro-brasileiros são cânticos. Foram feitos para serem ouvidos, cantados e dançados. Construindo assim uma carreira artística vigorosa e se tornando conhecido como um artista integral, “um renascentista da cultura nagô”. Mestre Didi recriava suas esculturas a partir dos elementos da arte sacra, demonstrando a complexidade dos valores e significados da constelação dos orixás do panteão da terra. As esculturas expressam a relação do visível com o invisível, integrando em sua expressão a do além (orun) e o mundo concreto individualizado (aiyê). Suas obras de artes estão expostas em alguns importantes museus e casas de artes ao redor do mundo. Fazem parte do acervo do Museu Picasso, em Paris, do MAM de Salvador e do Rio de Janeiro, entre outros. Atualmente, seu trabalho pode ser visto na Mostra Redescobrimento e em uma exposição individual na Galeria São Paulo.
Vida Religiosa
A família do Mestre Didi já possuía uma forte ligação com a religião africana. Sua trisavó, Sra Marcelina da Silva, Obá Tossi, foi a fundadora da primeira casa de tradição nagô de candomblé, no Brasil: Ilê Asé Airá Intilé ou candomblé da Barroquinha. O tio avô Marcos Theodoro Pimentel, sumo sacerdote do mais alto grau na casa de EgunEgun. O primeiro mestre de Didi foi Marcos e depois recebeu ensinamentos de seu pai, que na época era um Alagbá. Desde criança, absorveu e se aprofundou por meio das sucessivas iniciações nos mistérios transcendentes da vida e da morte, nos segredos com os espíritos de ancestrais – egun – além das entidades sagradas – os orixás. Em 1975, Mestre Didi recebeu o cargo de Alapini; em 1983, recebeu o cargo de Babá Mogbá Oní Xangô, diretamente da casa de Xangô, em Benin e entregue pelo rei de Ketu. Sendo assim, se tornando um grande Sacerdote. Aos 96 anos, Mestre Didi vive em Salvador, é reservado e por motivos religiosos não dar entrevistas, por receio que suas palavras sejam deturpadas.
Biografia:
1946 e 1989 – publicou livros sobre a cultura afro-brasileira
1966 – Esteve na África Ocidental, contratado pela Unesco, para realizar pesquisas comparativas entre o Brasil e a África.
Nas décadas de 60 a 90 – É membro de Institutos de Estudos Africanos e afro-brasileiro. Participa como conselheiro em congressos com a mesma temática no Brasil e exterior.
1990 – Fundador e Presidente da Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Asipá do culto aos ancestrais Egun. Coordenador do Conselho Religioso do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira, que representa no país a Conferência Internacional da Tradição dos Orixás e Cultura.
2002 – Participou da 23º Bienal de São Paulo, realizou uma amostra de 33 peças, no circuito de artes
plásticas internacionais.
Matéria publicada: Jornalismo 24 horas
Que bom conhecer mais uma Biografia :)
ResponderExcluirhttp://pramodatudo.blogspot.com.br/
Mariana, com certeza apareço por lá.
ResponderExcluirAdorei sua visita.