Não se pode negar que Mateus Solano está se destacando no
papel de Félix, na novela Amor à Vida, exibida na Rede Globo, no horário nobre.
O personagem tem altos e baixos e mudanças extremas, que sinceramente, não sei
se o odiamos ou o amamos, mesmo diante das evidências dos seus crimes e
barbaridades.
O autor não deixa dúvida que está humanizando o
personagem, mas me pergunto: será que a maldade que tem dentro de si acaba?
Como negar que o comportamento de Cesar, vivido pelo ator Antônio Fagundes, é
repugnante com Félix, favorece para que evidencie o que já tem consigo. Não
deve um pai condenar um filho por um motivo tão ínfimo; como se um bebê fosse
capaz de prever a hora de chorar para que seu outro irmão caísse na piscina e
se afogasse. São fatalidades que acontecem diariamente e não sabemos o por que. Só uma mente doente pode acreditar em tal absurdo, mas não é de se admirar que
Cesar seja um homem com muitos preconceitos e mal resolvido. A rejeição machuca
tanto que causa dor física, dilacera a alma e produz marcas profundas.
Não tenho dúvida que Félix tem uma porção de maldade
dentro de si, mas o fato de sempre ter tido o apoio da mãe soberana,
interpretada pela atriz Suzana Vieira, para colocar em prática o que desejasse
e sem limite, simplificou na hora de colocar para fora sua maldade e sua falta
de escrúpulo. Nunca soube o que é limite e nunca teve consequência.
Tem uma coisa que me faz gostar de Félix é se mostrar
como de fato é. Ele tem a noção de quem é e como age e não se mascara. Ao mesmo
tempo, que acho algo positivo, no fundo sei que encontrar no caminho alguém sem
piedade é doloroso, por que não tem limite e não sabe a hora de parar,
justifica seus atos insanos baseado na atitude do outro. Sempre há alguém que faz
sofrer e em alguns momentos ele mesmo sofre.
Todo este conjunto o torna um ser complexo, capaz de
despertar sentimentos bons e ruins, mexendo com nosso imaginário. Pedida de uma
boa reflexão, voltaremos a falar mais sobre ele.
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