quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

MADRASTANDO - O INICIO

 


Não sei você, mas nunca quis ter filho. Por incrivel que pareça, ainda hoje pessoas conhecidas se chocam com essa minha escolha. Tem a ilusão que filho é sinonimo de realização, para mim, não é.

Eu tive um momento na minha vida que despertou a vontade de ter um filho, mas, era mais pela pessoa do que por mim mesma. Porém, depois de refletir, cheguei a conclusão que não queria ter um filho e a pessoa super entendeu.

A vida é engraçada e nos apresenta situações que foge ao nosso controle. Quando comecei a me relacionar com meu marido, o filho dele tinha 6 anos, morava com a mãe, depois se mudou para outro estado com ela e passou a vir nas férias para a nossa casa.

O contato maior era nas férias de 2, 3 e 4 meses que ficava aqui. Ele sempre viajava sozinho. Quando ele estava com 12 anos, ao chegar para mais uma férias na nossa casa, a mãe entregou na porta do desembarque do aeroporto e abandonou o filho com o pai. Ela decidiu que não queria mais o filho e só soubemos na hora (eu, o pai e o menino), acolhemos e fomos para casa. Assim iniciou minha jornada de madrasta. 

A vida é uma ironia.

A palavra madrasta para a maioria é sinonimo de maldade e perversidade. 

A madrasta não deve nada. Ela não é obrigada a amar e nem acolher essa criança, porém respeitar é o minimo que todo ser humano deveria ter em relação ao outro ser humano. Então, devo respeitar meu enteado, mas não sou obrigada a amar, a tolerar e submeter a nada. E ele, por sua vez, deve o mesmo respeito, porque quem respeita acolhe e tem empatia. 

Vou compartilhar um pouco da minha vivência, nesses 6 anos que me tornei madrasta em tempo integral. 

Embora a família da mãe more aqui, se ele encontrou foram 2x e nada mais que isso, com a justificativa que eu não era uma pessoa legal. Sinceramente, eu tenho o direito de ser quem eu quiser e eles não precisam gostar de mim, mas sim priorizar a criança. Então, mais fácil culpar a madrasta. A mãe não mais voltou, nunca procurou saber como a criança estava, nunca contribuiu com 1 real, porque ela e a familia tem em mente que é obrigação do pai e ela não tem nada a ver com isso, ressaltando que o tempo que esteve com ela a pensão foi paga certa e sem atraso, quando o menino teve vontade de passar as férias com a mãe que mora em outro estado, só seria permitido por ela desde que pagassemos passagem, hospedagem e diária do tempo que o menino ficasse com ela. 

rsrsrsrs

Ela me fez pagar a língua. 95% dos homens são irresponsaveis como pai e isso é fato, mas uma mãe como essa, nem sei se deveria ser mãe. Mas, enfim....

Dormi sem filho e acordei com uma criança de 12 anos com suas complexidades, medos, receios e assustado porque para ele deve ter sido um momento de pânico, 12 anos vivendo com a mãe e passar a viver com outra mulher totalmente diferente do que ele estava acostumado.

Precisamos conversar mais sobre isso, porque sei que como eu deve existir milhares de mulheres que vivem uma situação similar a minha e não devem saber como lidar com esse tipo de situação.

Fiquei apavorada e ainda hoje ao lembrar do inicio, me pego lembrando das situações mais inusitadas e aterrorizantes que vivi. 

Voltei para terapia. 

Mas devo reconhecer que se não tivesse pulso firme, ele ia querer me fazer sucumbir e obedecer. A diferença nessa situação era que eu e o pai dele somos parceiros de vida e não nos colocamos um acima e outro abaixo, andamos juntos.

No próximo, eu contarei um pouco como foi o inicio da nossa convivência e os percalços que vivi, vivendo uma situação que não foi programa.

Posso antecipar que o menino com 12 anos não sabia o que era dinheiro, tinha lodo até a alma, as poucas roupas que trouxe eram manchadas, velhas e rasgada, vivia assustado, era agressivo, cheio de preconceitos, com mania de grandeza e tinha em mente que mulher devia obedecer e não dar opinião em nada, rsrsrs, mas ai é outra história. 

Gostaria de conhecer pessoas que são madrastas e saber como vivem. 





segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

TDAH - O DÍFICIL DIAGNÓSTICO


 Olá, como estão? 


Primeiro, eu gostaria de agradecer a você que disponibilizou do seu tempo para acompanhar essa minha jornada de auto conhecimento diante de um diagnóstico de TDAH. 

Após a confirmação do diagnóstico, eu simplesmente "surtei". Estou com 45 anos e descobri um TDAH nesse momento da minha vida, foi assustador e ainda é. O motivo é que a única forma de viver com o TDAH é fazendo uma mudança de vida.

Mudar dói. Mudar hábitos é desafiador. Imagine isso na fase adulta cheia de manias e comportamentos enraizados e muitos deles provenientes de uma vida com muitas invalidações.

O mais importante é que eu me reconheço parte de um grupo e quanto mais entendo sobre o transtorno, mais eu consigo me acolher. 

A mudança do psicólogo foi o ponto de virada de chave na minha vida. Estava caindo em um abismo e não enxergava mais uma luz, de repente, a vida, Deus, anjos, santos ou arcanjos me sacudiram e o elo que me unia ao outro profissional se quebrou, me quebrou e me obrigou a achar uma solução para a dor que estava vivendo.

Sou resilente e é uma qualidade que aprecio. Então, respirei uma vez e muitas outras vezes e recomecei mais uma vez. Desta vez com o coração partido e a alma dilacerada.  A verdade é que não tinha o que fazer senão tentar mais uma vez e assim foi o recomeço dessa jornada de auto conhecimento. A vida me obrigou me enxergar, me reconhecer e tomar posse dela. Não tinha opção, senão recomeça mais uma vez. 

Desistir da vida nunca foi uma opção. 

Ter consciência de si é sem dúvida o processo mais doloroso que podemos viver e é necessário que encarar seus próprios fantasmas, lidar com eles e sobreviver em meio ao caos que sua vida se transforma e então começa a se acolher. Fui acolhida pelo meu psicologo de forma gentil, fui acolhida por meu parceiro da vida e por algumas pessoas que mesmo sem entender tentatam e tentam me dar o seu melhor, amorosamente. 

Estou na jornada! Desafiando a mim mesma para que minha consciência entenda que fazer uma mudança radical de vida é o que irá proporcionar uma qualidade de vida e um conforto emocional. 

Aos poucos compartilho dessa minha vivência! 

Agradeço. Aceito. Acolho.

Magali Pastore 
05/02/2024

#magalipastore
#TDAH


sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Decidi voltar!!

 


Olá, como estão?

Nossa, quanto tempo não apareço por aqui!!! 

Sabe o que acontece: eu mudei. E antes que me digam que todo mundo muda (ainda bem, né?), existem mudanças que nos vira pelo averso e de repente nos damos conta que não sabemos o rumo que devemos seguir.

Eu escrevia muito e diariamente, mas a vida vai impondo e a gente vai se adequando e nossos mais profundos sentimentos e emoções vão ficando para depois e tudo que você acreditava como certo, deixa de ser e quando voce percebe, nem você mesma sabe que rumo seguir.

Alguns sonhos deixam de ser sonhos, alguns desejos deixam de ser desejos e você para e pensa e refaz a rota e tudo se transforma em algo surpreendente para se viver.

Assim tem sido meus dias, desde que me dei conta que a vida apenas mudou.

O diagnóstico de TDAH também mexeu muito com meu emocional, mas pela primeira vez, em 45 anos, tudo fez sentido e consegui me compreender. Estou na jornada e na busca diária pelo autoconhecimento. 

Vamos compartilhar por aqui experências.


Magali Pastore


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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Eu posso falar?


Imagem :Freepik


Eu posso falar?


Dar licença, mas eu posso falar?

Você vai me permitir dizer o que penso?

Ou você virá aqui me repreender e achar que pode me convencer que devo pensar como você?

Dar licença, mas eu posso falar?

Posso ter esse direito ou você acha que devo me calar por pensar diferente de você?

Dar licença, mas quero falar, eu posso?

Estou cansada de não ter voz e ainda quererem me calar. No final quem se importa se o que você fala é certo ou errado, não tem ninguém que tenha a verdade absoluta ou esteja acima do bem e do mal. Pelo menos no mundo em que vivo.

Dar licença, mas eu posso falar?

Você me deixa falar o que quero e no que acredito sem me adjetivar de mal informada, histérica, problemática ou outros tantos adjetivos pejorativos que tentam justificar e podar o direito de eu falar e acreditar no que eu quero.

Dar licença, eu quero falar, posso?

Sei que é dificil para você me dar voz, porque seu intuito é me calar e usar argumentos que justificam e discrimina minha fala, sem perder a oportunidade de desfazer e desconstruir o que você não considera como verdade.

Dar licença, mas ainda estou falando, eu posso falar?

Sei também a dificuldade que você tem de me escutar, e imagino o quanto você também não consiga se escutar, mas eu posso falar o quanto eu quiser e se não quiser me escutar, se retire, não se agrida e nem me agrida, não me deixando falar e achando que pode me calar.

Dar licença, mas ainda sim, eu quero falar. 

Todas as vozes devem ser escutadas e quero sim e vou continuar a falar, e me desculpe, mas você não deixará que eu me cale porque somos diferentes, mas eu te entendo e aceito que você não consiga me escutar, não me aborrece isso, e sim o não querer me deixar falar.

Minha fala pertence a mim, é a minha verdade, se não é a sua, paciência. Siga a sua voz e aqueles que compartilham da mesma voz que a sua, mas não se ache no direito de querer calar a minha voz. 

Dar licença, mas eu vou continuar falando.




 


domingo, 17 de maio de 2020

De volta....

Como foi difícil voltar. Que caminhada longa para que eu conseguisse sair desse emaranhados de sentimentos que me prendia dentro de mim mesma. A jornada para a liberdade interior é árdua e de muito trabalho. No caminho fui encontrando obstáculos e alguns que me exigiram movimentos mais trabalhosos para ultrapassar. Não quero ser pessimista, mas me sinto esgotada do esforço que empenhei para chegar aqui onde estou hoje. 
As palavras ainda são tímidas e com certeza o tempo vai me trazer mais clareza e lucidez nos meus sentimentos, mas o mais importante de tudo é que estou de volta, disponível para compartilhar, para transformar e para despertar o melhor que tenho em mim e sei que tem em você.
Te convido a me acompanhar na jornada. mas deixa eu te dizer algo importante que aprendi: se você que ler vier porque temos pensamentos similares, muito obrigada; se você vier por curiosidade, muito obrigada; se você vier e pensar diferente, muito obrigada; se você vier e não entender nada, muito obrigada; se você vier e achar sem nexo e engraçado o que digo, muito obrigada. Não importa. Que bom que veio, e sempre será bem vindo, porque cada um carrega o seu grau de importância e nessa jornada que estamos nessa vida somos a soma de todas nossas experiências de amor e dor, e apesar de tudo, ainda assim temos um papel a desempenhar porque somos parte de um todo e como a vida é perfeita cada um tem o seu lugar de pertecimento. 
Então, bem vindo a jornada! 
Magali Pastore  

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Uma melodia para você


Por Magali Pastore
Feche os olhos e deixe se levar pelos mais profundos pensamentos. Aqueles que estão na alma, à espera de ser curado ou até mesmo resgatado. Não se esquive de você e de quem você é. Dê-se a liberdade para sentir, tudo que tiver no mais íntimo do seu ser.
A vida está aí, no mesmo ritmo, sem esperar, sem pensar e sem mudar a direção. Seja você a pessoa que vai encontrar a sua direção, ajustar seus passos e bailar conforme sua melodia mais íntima, que apenas sua alma pode escutar.
Não perca tempo querendo escutar a multidão. Grite, chore, dance, ria, sorria e encontre dentro de si motivo suficiente pelo novo dia de cada dia.
Não acredite em nada ou acredite em tudo, mas ainda assim acredite em você.

Permita o resgate, o acalento do espírito, a fé nas profundezas do seu âmago.
Sente-se e escute a música que vem de você.
Se sinta tão profundamente que seus poros irão exalar amor e energia.
Deixe-se se tocar pelos seus pensamentos de amor, há uma luz que apenas espera entrar e transformar 
a escuridão que tem em você.
Toda dor, todo rancor e qualquer desamor será levado e entregue ao universo para que se dissipe e se transforme em vagas lembranças;
é hora de amar e buscar o amor que tem em si; abra os braços e receba a vida em sua plenitude.
Alimente-se de boas palavras, de bons sentimentos e canalize esse seu alimento, como base, para a mudança que você quer vê em sua vida.
Não desista. Recomece quantas vezes for necessária, e cada momento, se erga de outra forma, com mais força, mais maturidade e mais humildade.
Espero isso de você e de mim também.
Muita luz na sua caminhada!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Iemanjá

Imagem Google
Oh! Iemanjá, sereia do mar. Canto doce, acalanto dos aflitos.
Mãe do mundo tenha piedade de nós.
Bendita são as bençãos que vem do teu reino.
Meu coração e minha alma se abrem para receber as bençãos de Iemanjá.

Mãe que protege, que sustenta, que leva embora toda dor. 
Mães dos Orixás, Mãe que cuida e zela pelos seus filhos e filhas. 
Iemanjá, sua luz norteia meus pensamentos e suas águas lavam a minha cabeça. 

Fecho os olhos e nos meus pensamentos a imagem do mar reflete os sentimentos que vivo em diferentes fases da minha vida. Ora me vejo em águas calmas e em outros momentos a turbulência me toma conta. Sou um pouco de cada coisa ou coisa nenhuma. Trago na minha alma, uma sucessão de pensamentos e ideias que vieram inserido no meu espírito, com minha ancestralidade. Trago a força da água, entranhada em minha alma, na minha pele e na minha luta diária. Sou ainda assim, um pouco de tudo, um pouco que me basta, me acalenta e me ergue quando preciso.
Um pouco de mim pertence as águas salgadas. Me divido entre as estradas e as batalhas, mas não me preocupo, uma hora é guerra e outra hora é água, é isso que sou e é onde estou. Trago-lhe flores ou alfazema, não importa, meu coração está com ela.


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Feliz Ano Novo! Chegou 2014....


Um novo ano. Momento de refletir e estabelecer objetivos. Leia o texto a seguir, depois reflita e compartilhe o que achou...
beijos doces por 2014.

Rever o passado olhar com olhos calmos pro meu presente e fazer o possível para não ficar pensando no futuro – ao menos nesse futuro daqui alguns anos que ninguém na verdade sabe se chegará -. Fecho os olhos e começo a pedir. Não são coisas muito complicadas de serem atendidas. Ao menos eu acho que não. Apenas me concentro em cada rosto que já conheci até hoje e nos sentimentos que tenho por cada uma dessas pessoas. Que não nos faltem bons sentimentos sejam no Natal ou em qualquer dia do Ano Novo que se aproxima. Que nos falte egoísmo. Que nos sobre paciência pra enfrentar mais trezentos e sessenta e cinco – ou seria trezentos e sessenta e seis? – dias. Que sejamos capazes de enxergar algo de bom em cada momento ruim que nos acontecer. Que não nos falte esperança. Que novos amigos cheguem.Que antigos amigos sejam reencontrados.Que cada caminho escolhido nos reserve boas surpresas. Que músicas de letras e melodias bonitas nos façam suspirar.Que a cada sorriso que uma criança der nos faça ter um bom dia e enxergar uma nova esperança. Que nos sobre tempo para beber e conversar com os amigos. Que cada um de nós saiba ouvir cada conselho dado por uma pessoa mais velha. Que não nos falte vontade de sorrir apesar dos pesares. Que sejamos leves. Que sejamos livres de preconceitos. Que nenhum de nós se esqueça da força que possui. Que não nos falte fé e amor.
Caio Fernando de Abreu

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Félix: Bonzinho ou malvado?

Imagem Google
   Não se pode negar que Mateus Solano está se destacando no papel de Félix, na novela Amor à Vida, exibida na Rede Globo, no horário nobre. O personagem tem altos e baixos e mudanças extremas, que sinceramente, não sei se o odiamos ou o amamos, mesmo diante das evidências dos seus crimes e barbaridades.
   O autor não deixa dúvida que está humanizando o personagem, mas me pergunto: será que a maldade que tem dentro de si acaba? Como negar que o comportamento de Cesar, vivido pelo ator Antônio Fagundes, é repugnante com Félix, favorece para que evidencie o que já tem consigo. Não deve um pai condenar um filho por um motivo tão ínfimo; como se um bebê fosse capaz de prever a hora de chorar para que seu outro irmão caísse na piscina e se afogasse. São fatalidades que acontecem diariamente e não sabemos o por que.    Só uma mente doente pode acreditar em tal absurdo, mas não é de se admirar que Cesar seja um homem com muitos preconceitos e mal resolvido. A rejeição machuca tanto que causa dor física, dilacera a alma e produz marcas profundas.
   Não tenho dúvida que Félix tem uma porção de maldade dentro de si, mas o fato de sempre ter tido o apoio da mãe soberana, interpretada pela atriz Suzana Vieira, para colocar em prática o que desejasse e sem limite, simplificou na hora de colocar para fora sua maldade e sua falta de escrúpulo. Nunca soube o que é limite e nunca teve consequência.
   Tem uma coisa que me faz gostar de Félix é se mostrar como de fato é. Ele tem a noção de quem é e como age e não se mascara. Ao mesmo tempo, que acho algo positivo, no fundo sei que encontrar no caminho alguém sem piedade é doloroso, por que não tem limite e não sabe a hora de parar, justifica seus atos insanos baseado na atitude do outro. Sempre há alguém que faz sofrer e em alguns momentos ele mesmo sofre.
   Todo este conjunto o torna um ser complexo, capaz de despertar sentimentos bons e ruins, mexendo com nosso imaginário. Pedida de uma boa reflexão, voltaremos a falar mais sobre ele.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O Sacerdote Artista, Soteropolitano, Mestre Didi


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Soteropolitano, nascido em 02 de dezembro de 1917, Deoscóredes Maximiliano dos Santos, conhecido como Mestre Didi, é um representante da cultura afro-brasileira. Escultor, escritor, ensaísta e curador, têm uma trajetória marcada por uma via extensa de produções de esculturas, além de publicações de livros, baseado em seus conhecimentos da cultura africana.
Filho de um grande alfaiate da Bahia, Arsênio dos Santos e Maria Bibiana do Espírito Santo, descendente da nobre família Asipá, originária de Oió na Nigéria e Ketu no Benin. Desde cedo, Mestre Didi teve uma vida de compromissos religiosos que contribuíram para torná-lo quem ele é. Embora tenha começado no catolicismo, feito a comunhão e se tornado coroinha. Aos 8 anos, foi iniciado pelas mãos de mãe Aninha na religião de origem africana. Juntamente a sua vida religiosa, Mestre Didi iniciou seu caminho nas artes plásticas, começou com entalhes de madeiras, depois os “exus” (entidade religiosa cultuada no candomblé) esculpidos em cimento e barro. Responsável também desde cedo, por confeccionar as peças dos altares. Foi publicado, em 1936, seu primeiro livro, Yorubá – Tal qual se fala – o prefácio foi de Jorge Amado e as ilustrações de Carybé. Depois seguiram mais 20 livros, com histórias de terreiros e contos de tradição negra da Bahia.
Na década de 80, Didi fez parte de uma comunidade infantil onde escrevia e encenava peças de teatro, ensinava canto, dança e maquiagem. Segundo a historiadora Juana Elbein, esposa do Mestre Didi, não existia dicotomia entre as artes. Todos os contos afro-brasileiros são cânticos. Foram feitos para serem ouvidos, cantados e dançados. Construindo assim uma carreira artística vigorosa e se tornando conhecido como um artista integral, “um renascentista da cultura nagô”. Mestre Didi recriava suas esculturas a partir dos elementos da arte sacra, demonstrando a complexidade dos valores e significados da constelação dos orixás do panteão da terra. As esculturas expressam a relação do visível com o invisível, integrando em sua expressão a do além (orun) e o mundo concreto individualizado (aiyê). Suas obras de artes estão expostas em alguns importantes museus e casas de artes ao redor do mundo. Fazem parte do acervo do Museu Picasso, em Paris, do MAM de Salvador e do Rio de Janeiro, entre outros. Atualmente, seu trabalho pode ser visto na Mostra Redescobrimento e em uma exposição individual na Galeria São Paulo.

Vida Religiosa 

A família do Mestre Didi já possuía uma forte ligação com a religião africana. Sua trisavó, Sra Marcelina da Silva, Obá Tossi, foi a fundadora da primeira casa de tradição nagô de candomblé, no Brasil: Ilê Asé Airá Intilé ou candomblé da Barroquinha. O tio avô Marcos Theodoro Pimentel, sumo sacerdote do mais alto grau na casa de EgunEgun. O primeiro mestre de Didi foi Marcos e depois recebeu ensinamentos de seu pai, que na época era um Alagbá. Desde criança, absorveu e se aprofundou por meio das sucessivas iniciações nos mistérios transcendentes da vida e da morte, nos segredos com os espíritos de ancestrais – egun – além das entidades sagradas – os orixás. Em 1975, Mestre Didi recebeu o cargo de Alapini; em 1983, recebeu o cargo de Babá Mogbá Oní Xangô, diretamente da casa de Xangô, em Benin e entregue pelo rei de Ketu. Sendo assim, se tornando um grande Sacerdote. Aos 96 anos, Mestre Didi vive em Salvador, é reservado e por motivos religiosos não dar entrevistas, por receio que suas palavras sejam deturpadas.

Biografia:
1946 e 1989 – publicou livros sobre a cultura afro-brasileira
1966 – Esteve na África Ocidental, contratado pela Unesco, para realizar pesquisas comparativas entre o Brasil e a África.
Nas décadas de 60 a 90 – É membro de Institutos de Estudos Africanos e afro-brasileiro. Participa como conselheiro em congressos com a mesma temática no Brasil e exterior.
1990 – Fundador e Presidente da Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Asipá do culto aos ancestrais Egun. Coordenador do Conselho Religioso do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira, que representa no país a Conferência Internacional da Tradição dos Orixás e Cultura.
2002 – Participou da 23º Bienal de São Paulo, realizou uma amostra de 33 peças, no circuito de artes
plásticas internacionais.

Matéria publicada: Jornalismo 24 horas

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Orgulho e Preconceito

Uma mãe com cinco filhas, numa época que a única preocupação das mulheres era encontrar um marido para dar segurança e conforto. As mulheres daquela época não sabiam o que eram ter direitos e nem que um dia conseguiriam alcançar um ponto além do que o século XVIII oferecia. Imaginar que poderiam ir mais além, evitaria todos os constrangimentos vivenciados por uma mãe ansiosa, no filme "orgulho e preconceito, baseado na obra da romancista inglesa Jane Austen.
Já se passaram 200 anos desde da primeira edição de "orgulho e preconceito", um romance que até hoje é lido, segundo uma pesquisa realizada em 2003 pela BBC, orgulho e preconceito é o segundo romance mais lido depois do Senhor dos Anéis, pelos britânicos. Não é de se admirar as inúmeras adaptações televisivas, cinematográficas e os downloads eletrônicos diários, uma vez que o livro não estar sujeito aos direitos autorais.
Desde 1940 são feitas adaptações pela BBC que declara sobre o livro Orgulho e preconceito: " o livro é escrito de maneira às vezes mordaz, geralmente como uma ironia sutil, ou seja, não é necessário ser um acadêmico para tirar algo dele"; para reforçar esta ideia a a membro da Sociedade Jane Auten no Reino Unido, Marilyn Joice, explica: "pode-se ler como uma versão romântica de cinderela, uma comédia ou uma crítica social aos problemas que enfrentavam as mulheres no mesmo estrato social de Austen".

Sobre o Filme   

No ano de 2005, o filme foi lançado com os atores Matthew Macfadyen no papel de Darcy e Keira Knightley no papel de Elizabeth. Esta versão até hoje, é muito atual. Sempre que acompanho a trajetória do casal, me emociono.
No que se refere ao filme, falemos do desespero da mãe em arrumar marido para as cinco filhas. Entendo o desespero daquela época em que as mulheres não tinham voz, mas ela extrapola e envergonha as filhas de tal maneira que nem ela mesmo percebe; sem falar nas irmãs mais novas que praticamente se jogam nos braços dos homens, mesmo passado 200 anos, este comportamento ainda é inadequado. A família beira ao excesso. O pai que deveria ser o comandante da casa, não tem voz ativa em casa. 
A cena mais constrangedora é Elizabeth negando o pedido de casamento do primo que vai herdar tudo delas, assim que o pai morrer, e a mãe querendo obrigar, chantageando e fazendo drama com a situação. Para ela nada importa, ela não considera as filhas, só pensa no que podem falar, fecha os olhos quando a mais nova se casa com o tenente de caráter duvidoso; ela não se importa se haverá felicidade.


O Casal

Por sua vez, a jovem Elizabeth é uma mulher de fibra, opinião e com uma mistura de docilidade e proteção. Não era nada fácil para mulher naquela época. O excesso de reverências, a linguagem rebuscada, os cenários bucólicos e as pompas retratam bem a época que o livro foi escrito.
A atriz Keira Knightley, no papel de Elizabeth, me surpreendeu e conseguiu o tom certo para a personagem. A fotografia e os locais destinados a gravação são riquíssimos e com uma extensa apresentação de obras de arte. O filme é pura arte, cercado com muita sutileza e riqueza nos detalhes. Não posso deixar de falar do ator Matthew Macfadyen que vive o personagem Darcy, ele consegue mostrar seriedade, preconceito e o orgulho daquela época, e logo depois mostra o seu sofrimento por amar uma mulher diferente do que era destinado para ele e para as exigências da época. Uma mistura de docilidade com seriedade, encontrando o tom certo.



Imagem Google

Esta adaptação pela mão Joe Wright, que na época estava estreando nas telas, consegue atrair e prender a atenção dos espectadores e mais ainda: desperta o interesse pela leitura do livro que originou o filme. Esta foi a minha sensação. Queria saber um pouco mais e viver um pouco mais aquela história. Afinal, naquela período o casamento era por conveniência, imagine conseguir encontrar o amor que tanto ansiava e.poder viver este amor

Sinopse 

Inglaterra, 1797. As cinco irmãs Bennet - Elizabeth (Keira Knightley), Jane (Rosamund Pike), Lydia (Jena Malone), Mary (Talulah Riley) e Kitty (Carey Mulligan) - foram criadas por uma mãe (Brenda Blethyn) que tinha fixação em lhes encontrar maridos que garantissem seu futuro. Porém Elizabeth deseja ter uma vida mais ampla do que apenas se dedicar ao marido, sendo apoiada pelo pai (Donald Sutherland). Quando o sr. Bingley (Simon Woods), um solteiro rico, passa a morar em uma mansão vizinha, as irmãs logo ficam agitadas. Jane logo parece que conquistará o coração do novo vizinho, enquanto que Elizabeth conhece o bonito e esnobe sr. Darcy (Matthew Macfadyen). Os encontros entre Elizabeth e Darcy passam a ser cada vez mais constantes, apesar deles sempre discutirem.

Onde assistir:

http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-orgulho-e-preconceito-dublado-online.html