O diagnóstico de TDAH por si só já traz desafios importantes no dia a dia. Mas muitas pessoas não sabem que, em grande parte dos casos, o transtorno não vem sozinho. Ele costuma vir acompanhado de outros transtornos ou condições — as chamadas comorbidades.
Entender essas comorbidades é essencial para um tratamento mais eficaz, um olhar mais humano e uma vida com mais equilíbrio.
🤔 O que são comorbidades?
Comorbidades são outros transtornos ou condições que aparecem junto com o TDAH e que podem influenciar — e até intensificar — seus sintomas. Elas não são “efeitos colaterais”, mas sim diagnósticos que coexistem e exigem atenção específica.
📊 Qual a frequência?
Estudos mostram que mais de 60% das pessoas com TDAH apresentam ao menos uma comorbidade. Em alguns casos, são duas ou mais, o que pode dificultar o diagnóstico e o tratamento, especialmente quando o foco está apenas nos sintomas de desatenção ou hiperatividade.
🔎 Quais são as comorbidades mais comuns?
1. Ansiedade
Muitos adultos e crianças com TDAH também sofrem com transtornos de ansiedade. A dificuldade de manter o foco, somada ao medo constante de falhar ou “esquecer algo importante”, pode gerar tensão e antecipação negativa frequente.
2. Depressão
A frustração constante, a baixa autoestima e o sentimento de inadequação podem levar a quadros depressivos. Muitas vezes, a depressão é tratada sem que o TDAH — raiz de muitos sintomas — seja identificado.
3. Transtorno de oposição desafiante (TOD)
Comum em crianças, se manifesta por comportamentos desafiadores, impulsivos e reativos, especialmente diante de figuras de autoridade.
4. Transtornos de aprendizagem
Dislexia, discalculia e disortografia podem coexistir com o TDAH, dificultando ainda mais o desempenho escolar e afetando a autoconfiança.
5. Transtorno do sono
Insônia, dificuldade para dormir ou acordar, sono agitado e sonolência diurna são muito frequentes em pessoas com TDAH.
6. Transtornos do humor e bipolaridade
Em alguns casos, há sobreposição com quadros de humor mais intensos, exigindo acompanhamento profissional rigoroso para diferenciar e tratar corretamente.
⚠️ Por que é importante identificar as comorbidades?
Porque elas mudam a forma como o tratamento deve ser feito. Tratar apenas o TDAH sem cuidar das comorbidades pode levar a resultados incompletos, recaídas e sensação de frustração.
Além disso, quando mais de um transtorno está presente, é essencial uma equipe multidisciplinar (psicólogo, psiquiatra, neuropsicopedagogo, etc.) para um cuidado mais eficaz e sensível.
✅ O que fazer se suspeitar de comorbidades?
-
Converse com um especialista: leve suas observações ao psicólogo ou psiquiatra.
-
Anote os sintomas: registrar comportamentos, emoções e padrões pode ajudar no diagnóstico.
-
Evite autodiagnósticos: informações são importantes, mas o olhar clínico é indispensável.
-
Busque apoio emocional: terapia e grupos de apoio ajudam a lidar com o peso emocional das comorbidades.
💬 Conclusão
TDAH não é um rótulo, nem uma sentença. É uma forma diferente de funcionar — que, quando compreendida com profundidade, pode ser bem gerenciada. Reconhecer as comorbidades é parte desse processo de entendimento, cuidado e empatia.
Você não é difícil, nem “complicado demais”. Você só precisa de um olhar mais completo — e isso já é um grande passo para uma vida com mais leveza e equilíbrio.
Comentários
Postar um comentário